Julinho Botelho

No dia 29 de julho de 1929, nascia na cidade de São Paulo aquele que é considerado por muitos o melhor ponta-direita que a Portuguesa teve em toda a história: Julinho Botelho.

O craque nasceu na Penha, na Zona Leste de São Paulo, e deu os primeiros chutes na bola nos campos de várzea. Até que, em 1950, passou a jogar profissionalmente no Juventus.

Após um ano no time da Mooca, despertou a atenção da diretoria da Portuguesa e foi contratado. Julinho chegou a um time que tinha Djalma Santos, Brandãozinho, Nininho, Pinga e Simão.

Formou o maior esquadrão que a Lusa já teve e se projetou logo no primeiro ano. Em uma excursão pioneira à Europa, liderou a equipe em uma campanha de 11 partidas sem derrotas.

O principal jornal esportivo da época, a “Gazeta Esportiva”, deu à Lusa o prêmio de Fita Azul. A condecoração era concedida aos clubes brasileiros que permaneciam invictos no exterior.

A principal vitória rubro-verde naquela viagem foi um 4 a 3 contra o Atlético de Madri, que colocou em disputa a Taça San Isidro, sempre disputada no dia do padroeiro da capital espanhola.

O jogo foi uma tentativa de revanche dos espanhóis para cima dos brasileiros, que haviam vencido a “Roja” por 6 a 1 na Copa do Mundo de 1950. Não deu e a Lusa trouxe a taça ao Brasil.

Em 1952, Julinho Botelho fez parte do time que conquistou o título do Torneio Rio-São Paulo. A competição foi um embrião para a criação do Campeonato Brasileiro anos depois.

A Portuguesa ficou com a taça após derrotar o Vasco da Gama, que naquela época tinha o chamado “Expresso da Vitória” e era base da seleção brasileira. A festa foi em pleno Maracanã.

Já em 1953, a Lusa fez uma nova excursão ao exterior, desta vez pela América do Sul. Foram 12 jogos sem uma derrota sequer. Uma viagem por Peru, Colômbia e Equador.

O time lusitano chegou até a vencer o Milionários (COL), que na ocasião tinha Di Stéfano. Naquela época, a Rubro-Verde havia se estabelecido como a base das convocações do Brasil.

Tanto que, em 1952, Julinho Botelho, Djalma Santos, Brandãozinho e Pinga haviam sido campeões pan-americanos pela seleção brasileira. Eram todos titulares absolutos.

Em 1954, Julinho Botelho foi um dos jogadores da Portuguesa chamados para disputar a Copa do Mundo. Foi quando o ponta-direita despertou os olhares dos dirigentes italianos.

No ano seguinte, o craque ainda conseguiu ganhar mais um título pela Rubro-Verde, novamente o Torneio-Rio São Paulo. Desta vez, sobre um clube no qual se destacaria anos depois: o Palmeiras.

 

No ano seguinte, após 182 jogos defendendo a Lusa e com 90 gols marcados, o craque foi vendido para a Fiorentina (ITA) por uma quantia impensável para o futebol da época. Depois, ele ainda brilhou com a camisa do Palmeiras.

Com o dinheiro, a Portuguesa conseguiu comprar o terreno no qual anos depois construiu o estádio do Canindé. Julinho chegou a voltar ao clube, como técnico das categorias de base. O eterno ídolo lusitano faleceu no dia 11 de janeiro de 2003.