Brandãozinho – Antenor Lucas

No dia 9 de junho de 1925, nascia na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, um dos melhores volantes da história do futebol brasileiro e que brilhou em clubes lusitanos: Brandãozinho.

Ele se notabilizou como um atleta a frente de seu tempo, sendo um dos primeiros volantes a avançar para o campo de ataque e finalizar. Além, claro, de ser um exímio marcador.

Antenor Lucas começou a jogar futebol na rua, depois entrou para as categorias de base da Ponte Preta e chegou até a disputar as divisões amadoras de Minas Gerais pela Caldense.

No entanto, virou jogador profissional na Portuguesa Santista no início dos anos 1940. Logo se tornou um dos destaques da equipe, que sempre incomodava os grandes de São Paulo.

Depois de fazer excelentes jogos nos torneios estaduais, passou a chamar a atenção dos dirigentes da Portuguesa de Desportos. A transferência, porém, foi uma verdadeira novela.

A Lusa chegou a fechar negócio no início de 1947, mas a Briosa alegou que as tratativas foram feitas com um diretor que não tinha autorização de representar o clube. Uma confusão.

Foram nada menos que 22 meses de conversas. Apesar de não querer abrir mão do jogador, a Portuguesa Santista aceitou fazer negócio quando a Lusa ofereceu 600 mil cruzeiros.

O valor era exorbitante para a época e a transação foi tida como uma das maiores já registradas no futebol brasileiro. O volante estreou na Portuguesa no dia 1° de setembro de 1949.

A primeira partida, porém, só foi possível após uma intensa briga burocrática. Afinal, os campeonatos estavam em andamento e a CBD não queria aceitar a entrada do atleta nos jogos.

Brandãozinho formou uma das melhores linhas intermediárias da história da Lusa ao lado de Ceci e Djalma Santos. O trio era eficiente tanto na marcação quanto no apoio ao ataque.

Fez parte do maior esquadrão que a Rubro-Verde teve em toda a história, formado por Muca, Nena, Noronha, Djalma Santos, Brandãozinho, Ceci, Julinho Botelho, Renato, Nininho, Pinga e Simão.

O volante foi campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955, além de ter conquistado a Bi-Fita Azul (1951 e 53) em viagens para o exterior. Histórias contadas no filme ‘Rubro-Verde Espetacular’, do Acervo da Bola:

Vestindo a camisa do Brasil, ele foi campeão pan-americano em 1952 e vice-campeão sul-americano em 1953. Foi convocado para a Copa do Mundo de 1954 e disputou alguns jogos.

Entre eles, a famosa “Batalha de Berna” em que o Brasil foi derrotado pela Hungria por 4 a 2. Após o torneio mundial, porém, enfrentou problemas para lidar com uma contusão.

Deixou os gramados em 1957 para atuar nas categorias de base do Nacional e da Lusa, onde chegou até a treinar o time principal. Brandãozinho faleceu no dia 4 de abril de 2000.

Imagens: Sangue Rubro-Verde, Paixão Canarinha, Tardes de Pacaembu, Imortais do Futebol e Memória da Polícia Civil