No dia 21 de abril de 1955, nascia na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, um jogador que nunca se deixou intimidar pelas críticas, pelos adversários e pela vida: o volante Toninho Cerezo.
Quando ainda era criança, ele se apresentava em circos na periferia da capital mineira como o palhaço “Dureza”, ao lado do pai, que interpretava o palhaço “Moleza”.
Os trabalhos circenses continuaram mesmo após a morte precoce do pai, quando Cerezo passou a ajudar a mãe a sustentar a família. O futebol era apenas um lazer.
Em uma hora dessas, de descanso, Toninho chamou a atenção de um olheiro do Atlético-MG enquanto jogava bola. O homem não teve dúvidas e levou o garoto para realizar um teste.
Emprestado ao Nacional (AM) em 1973, foi campeão amazonense. No retorno a Belo Horizonte, conquistou a posição de titular absoluto entre os profissionais do Galo em 1975.
No início de carreira, tinha um estilo desengonçado em campo, sempre ressaltado pela crônica esportiva. Porém, ao mesmo tempo, era chamado de um marcador clássico e líder.
Naquele histórico time do artilheiro Reinaldo, o volante conquistou nada menos que sete títulos mineiros (1976, 78, 79, 80, 81, 82 e 83), interrompendo uma sequência de vitórias do Cruzeiro.
Toninho Cerezo logo passou a ser lembrado nas convocações da seleção brasileira. O craque disputou a Copa do Mundo de 1978 e foi eleito o melhor jogador do Mundialito de 1981.
Com a camisa canarinho, porém, ficou marcado como o “bode expiatório” da eliminação na Copa do Mundo de 1982. Só foi absolvido pela imprensa e pelos torcedores após muitos anos.
Em 1983, foi negociado com a Roma (ITA) e jogou ao lado do também brasileiro Paulo Roberto Falcão. Ambos levantaram duas taças da tradicional Copa da Itália, em 1984 e 1986.
Já em 1986, assinou com a Sampdoria (ITA) e se tornou o grande líder da equipe. Aquele esquadrão era formado por Pagliuca, Mancini, Vialli, Dossena, Vierchowood e Lombardo.
Cerezo teve, inclusive, uma música própria feita pela torcida como homenagem. Na Samp, conquistou o Campeonato Italiano (1991), a Copa da Itália (1989) e a Recopa (1990).
Aos 37 anos, o volante foi submetido a uma cirurgia no joelho e dificilmente retomaria o mesmo futebol. Mas, mesmo assim, foi contratado pelo São Paulo e retornou ao futebol brasileiro.
Toninho surpreendeu a todos e ajudou o Tricolor a conquistar a Copa Libertadores e o Mundial (1992 e 93). No último torneio, foi considerado o melhor jogador em campo na final.
O craque ainda passou por Cruzeiro, Paulista e América-MG. Despediu-se dos gramados vestindo a camisa do Atlético-MG, em um 2 a 2 contra o Milan (ITA), pelo Torneio Centenário de Belo Horizonte em 1997.