Dino Sani

No dia 23 de maio de 1932, nascia na cidade de São Paulo um dos mais consagrados volantes e armadores do futebol mundial, que também se destacou como técnico: Dino Sani.

Com apenas 13 anos, o jogador entrou para as categorias de base do Palmeiras e no fim da década de 1940 começou a ganhar chances como meia entre os profissionais.

Em 1950, fez parte do elenco alviverde campeão paulista. No ano seguinte, emprestado ao XV de Jaú para amadurecer, ficou com o título da segunda divisão do campeonato estadual.

O companheiro Gino Orlando também fez parte da equipe interiorana e ambos retornaram ao Palmeiras em 1952. Não demorou muito e Dino Sani resolveu sair do clube.

O meia foi defender o Comercial, extinto time da capital paulista. E lá o craque pode enfim assumir a titularidade, mostrar qualidade e chamar a atenção da diretoria do São Paulo.

Em 1954, o atleta foi vestir a camisa tricolor. Sob o comando do técnico húngaro Béla Gutmann, jogou na meia-direita e na meia-esquerda até ser experimentado como volante.

Mesclando o estilo de armador com uma precisão incrível na marcação, Dino Sani encontrou a posição que o consagraria. Ali foi considerado o volante mais completo do país.

Campeão paulista em 1957, passou a ser lembrado na seleção brasileira e participou da conquista da Copa do Mundo em 1958. Com a camisa canarinho, ainda venceu a Copa Roca de 1960.

Naquele ano, depois de 322 partidas pelo São Paulo, o volante se transferiu para o Boca Juniors (ARG) e jogou com os brasileiros Orlando Peçanha, Almir Pernambuquinho e Paulo Valentim.

Precisou de apenas um ano para ser descoberto pelos cartolas europeus. Com uma proposta irrecusável, foi para a Itália vestir a camisa do Milan em 1961 e se tornar ídolo.

A precisão com que tirava a bola dos pés dos adversários e com que dava assistências para os atacantes fez a imprensa dar a ele o apelido de “bisturi”, em alusão a procedimentos cirúrgicos.

Foi como um dos principais nomes do Milan que conquistou o Campeonato Italiano na temporada 1961/62 e o título europeu de 1962/63. No entanto, algo incomodava Dino Sani.

O frio europeu começou a causar problemas musculares no craque, que retornou ao Brasil com 32 anos para jogar no Corinthians. E chegou sob uma forte desconfiança.

Dino Sani deixou os críticos incrédulos quando, mesmo veterano, não deixava a desejar para nenhuma jovem revelação. O volante foi um grande conselheiro do ainda novo Roberto Rivellino.

No Parque São Jorge, foi campeão do Rio-São Paulo em 1966 e encerrou a carreira em 1968. Tornou-se então um técnico vitorioso, passando por Corinthians, Internacional, Palmeiras, Coritiba, Flamengo, Fluminense, Grêmio e Boca Juniors (ARG).

Imagens: Magliarossonera, SPFC, DCM, Jogadores do Palmeiras