Em 1952, Lusa impedia recorde histórico e estragava a festa do Corinthians

Entre diversas façanhas, a Portuguesa sempre se notabilizou por ser especialista em estragar a festa dos rivais no futebol paulista. Isso ganhou ainda mais força em 1952, em um clássico contra o Corinthians.

No dia 26 de outubro, os clubes se enfrentaram pelo primeiro turno do Campeonato Paulista. O time do Parque São Jorge liderava a competição de forma isolada e a Lusa vinha logo atrás.

Acontece que o Corinthians estava invicto no Campeonato Paulista havia 18 jogos. Naquela época, havia uma tradição muito forte de premiar as equipes que batessem recordes de invencibilidade.

O jornal “A Gazeta Esportiva” criou a Taça dos Invictos, que depois passou a ser reconhecida pela Federação Paulista de Futebol. O detentor era o São Paulo, com uma sequência entre 1945 e 1946.

Caso o Corinthians ficasse invicto por mais de 23 partidas, tinha direito a ficar com a Taça dos Invictos. Com um aproveitamento fantástico, criou-se então uma disputa paralela à do título estadual.

A crônica esportiva acompanhava de perto as vitórias do time de Gilmar, Claudio, Luizinho e Baltazar. O clássico contra a Portuguesa era um dos mais aguardados, já que a Lusa buscava a liderança.

Vale lembrar que esse elenco corinthiana foi base do histórico esquadrão campeão paulista do IV Centenário em 1954. E que a Lusa vinha da Fita Azul em 1951 e de um título do Rio-São Paulo em 1952. Um time que virou filme do Acervo da Bola.

 

 

O time lusitano tinha craques como Nena, Hermínio, Djalma Santos, Julinho Botelho, Pinga e Simão. Aquele domingo prometia fortes emoções e foi de arquibancadas lotadas no Pacaembu.

O jogo foi eletrizante. A Lusa abriu o placar no primeiro minuto, com Julinho Botelho. Carbone, porém, tratou de empatar para o Timão oito minutos mais tarde. Aos 28 minutos, Baltazar virou.

O “Cabecinha de Ouro” precisou de apenas mais cinco minutos para ampliar: 3 a 1 para o Corinthians. O intervalo se aproximava quando aos 43 minutos, Pinga diminuiu para a Portuguesa.

E, aos 45 minutos do primeiro tempo, Djalma Santos empatou de pênalti. O clássico ia para o intervalo empatado em incríveis 3 a 3. A imprensa esportiva já especulava se a Lusa quebraria a série invicta.

Veio a segunda etapa e as equipes não se arriscaram tanto. Como o topo da classificação estava em jogo, Portuguesa e Corinthians se estudavam. Mas aos 21 minutos veio a surpresa rubro-verde.

Pinga, o artilheiro da Lusa, desempatou: 4 a 3. O placar se manteve até o fim da partida e a Portuguesa conseguiu derrubar uma série invicta de 18 jogos do Corinthians e se igualar na liderança.

Naquele ano, o Timão acabou mesmo campeão paulista. No entanto, a tão aguardada Taça dos Invictos permaneceu com o vice-campeão São Paulo. Demoraria mais quatro anos para o Corinthians vencê-la.

A derrota para a Lusa desestabilizou o Timão, que ainda acabou sendo derrotado por mais duas equipes: XV de Jaú e XV de Piracicaba. E a Portuguesa mantinha a tradição de estragar a festa dos rivais.

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