Estádio do Pacaembu – Paulo Machado de Carvalho

No dia 27 de abril de 1940, milhares de paulistanos participavam da cerimônia de inauguração do estádio municipal do Pacaembu, considerado à época o maior e mais moderno do continente.

A cerimônia contou com a presença de diversos políticos e autoridades de todo o país, incluindo o governador paulista Adhemar de Barros e o presidente Getúlio Vargas.

A multidão que lotava as arquibancadas vaiou o presidente durante praticamente toda a festividade, afinal, São Paulo era um dos focos de resistência ao regime de Getúlio.

Vale lembrar que em 1932 os paulistas pegaram em armas e foram para as trincheiras lutar contra as tropas de Getúlio Vargas na chamada Revolução Constitucionalista.

Na época, não se podia hastear as bandeiras dos estados em eventos públicos justamente para coibir movimentos separatistas semelhantes aos ocorridos na revolta de 1932.

Os paulistanos, porém, driblaram a censura imposta pelo presidente e aplaudiram exaustivamente a entrada do São Paulo Futebol Clube em campo, que carrega as cores do estado.

As primeiras partidas, porém, foram disputadas apenas no dia seguinte. O Palestra Itália venceu o Coritiba por 6 a 2, enquanto o Corinthians bateu o Atlético-MG por 4 a 2.

Em 1950, o Pacaembu foi usado para a Copa do Mundo e sediou seis partidas. Na competição, foi considerado o melhor e mais moderno estádio do país, com capacidade para 70 mil pessoas.

O estádio havia sido planejado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, que assinou as construções daqueles que são considerados os mais valiosos patrimônios da capital paulista.

O nome Paulo Machado de Carvalho é uma homenagem ao chamado “Marechal da Vitória”, que chefiou as delegações brasileiras nas conquistas da Copa do Mundo em 1958 e 1962.

O Pacaembu contava ainda com a Concha Acústica, usada para apresentações de ópera e música clássica. Ela, porém, foi demolida em 1969 para a construção do “Tobogã”.

As obras foram polêmicas, afinal, muitos desejavam manter a Concha Acústica intacta. O prefeito da época, Paulo Maluf, foi irredutível e construiu mais arquibancadas no local.

O Pacaembu foi considerado por muito tempo a casa do Corinthians, sendo a segunda casa do Palmeiras, do São Paulo, do Santos e da Portuguesa, recebendo diversos clássicos.

O estádio foi tombado como patrimônio histórico em 1998 pelo estilo Art Decó. O Pacaembu ainda preserva as características originais, incluindo os refletores e as arquibancadas populares.