Grécia, Bulgária, Alemanha, Suíça, Itália, Espanha, França e Portugal. Foram esses os palcos dos espetáculos da Portuguesa em uma excursão à Europa realizada em 1963.
Comandada pelo técnico Otto Glória, a Lusa tinha um elenco muito forte, com jogadores que marcaram época no futebol brasileiro: Ditão, Pampolini, Nair, Neivaldo e Ivair.
A Rubro-Verde era conhecida e respeitada no exterior, tendo realizado três pioneiras excursões nos anos 1950, que renderam ao clube a Fita Azul – prêmio do jornal “A Gazeta Esportiva”.
Os jogadores lusos tinham uma enorme responsabilidade, mas não fizeram feio. Pelo contrário, surpreenderam grandes times. Disputaram um total de 18 jogos e perderam apenas dois.
A melhor exibição, de longe, aconteceu na Itália. A Portuguesa teria pela frente dois dos maiores campeões do país, que à época estavam no auge: Inter de Milão e Juventus de Turim.
No dia 29 de maio de 1963, a Lusa entrava em campo no estádio San Siro, em Milão, com Orlando, Cacá, Ditão, Edílson, Pampolini, Vilela, Neivaldo, Nair, Ivair, Cássio e Nílson.
A Inter de Milão era comandada pelo lendário Helenio Herrera. O técnico franco-argentino, curiosamente, contava com dois brasileiros: o ex-luso Jair da Costa e o ex-palmeirense Chinesinho.
O treinador mandou ao gramado vários atletas de seleção como Bugatti, Tagnin, Facchetti, Bolchi, Guarnieri, Masiero, Di Giacomo, Jair da Costa, Chinesinho, Suarez e Cicolo.
O ídolo e titular absoluto da seleção espanhola, abriu o placar aos dez minutos. Foi quando a Lusa começou a surpreender pela velocidade e a rápida troca de passes na linha de frente.
Pampolini empatou aos 19 minutos e a partida permaneceu disputada até o intervalo. A Portuguesa retornou para o segundo tempo implacável, partindo para cima logo de cara.
Aos dois minutos, Nair colocou a Rubro-Verde na frente. E Gino, aos 24 minutos, fez o terceiro. Desnorteado, o time de Helenio Herrera não conseguiu retomar o domínio do jogo.
Cicolo ainda diminuiu aos 35 minutos, mas não havia mais tempo. No dia seguinte, os jornais brasileiros e estrangeiros estampavam a vitória surpreendente e inquestionável da Lusa.
Vale lembrar que a Inter de Milão havia acabado de vencer a temporada 1962/63 do Campeonato Italiano e conquistaria, logo depois, a Liga dos Campeões de 1963/64.
Quatro dias depois, o time comandado por Otto Glória enfrentaria a Juventus no estádio Olímpico de Turim. Novamente, a previsão era de uma vitória tranquila e elástica da equipe italiana.
A equipe alvinegra tinha craques como os defensores Salvatore e Barcellino, os meias Franco Carrera e “Cuore” Matto, além dos atacantes Zigone, Nicolé e o brasileiro Miranda.
Já a Lusa teve poucas alterações na escalação da partida interior, indo para o duelo com Orlando, Cacá, Pereira, Edílson, Pampolini, Vilela, Neivaldo, Nair, Gino, Cássio e Ivair.
Em um jogo muito disputado e ríspido, já que os italianos apelavam às faltas para conterem os brasileiros, Portuguesa e Juventus empataram sem gols naquele amistoso.
A crônica esportiva da época destacou tanto o desempenho surpreendente da Lusa quanto a atuação de Ivair, o “Príncipe”, considerado o melhor jogador em campo no encontro.
A lista completa de amistosos teve:
21/04 – Portuguesa 2×2 AEK Atenas (GRE)
23/04 – Portuguesa 2×1 Olympiakos (GRE)
30/04 – Portuguesa 0x1 Seleção da Grécia (GRE)
09/05 – Portuguesa 2×1 Spartak Pleven (BUL)
11/05 – Portuguesa 0x0 Levski Sofia (BUL)
14/05 – Portuguesa 1×1 Dunav (BUL)
18/05 – Portuguesa 4×0 Kickers (ALE)
19/05 – Portuguesa 1×1 Ulm (ALE)
21/05 – Portuguesa 2×0 Lausanne (SUI)
22/05 – Portuguesa 3×1 Grenchen (SUI)
29/05 – Portuguesa 3×2 Inter de Milão (ITA)
02/06 – Portuguesa 0x0 Juventus (ITA)
05/06 – Portuguesa 0x0 Espanyol (ESP)
07/06 – Portuguesa 2×2 Athletic Bilbao (ESP)
09/06 – Portuguesa 1×1 Grenoble (FRA)
15/06 – Portuguesa 1×1 Real Bétis (ESP)
19/06 – Portuguesa 0x1 Porto (POR)
26/06 – Portuguesa 0x0 Sporting (POR)