Jorge Mendonça

No dia 6 de junho de 1954, nascia na cidade de Silva Jardim, no Rio de Janeiro, um atacante que marcou época vestindo as camisas do Palmeiras e do Guarani: Jorge Mendonça.

Os torcedores lembram dele como um exímio cobrador de faltas e um goleador oportunista, sempre bem posicionado e rápido. Isso, claro, além das assistências milimétricas.

Os primeiros passos no mundo da bola foram dados no modesto União, time da cidade natal. E lá foi descoberto por dirigentes do Bangu, que o fizeram desistir dos estudos em contabilidade.

Foi para o clube alvirrubro em 1971 e logo se tornou um dos principais nomes da equipe. Não a toa, despertou o interesse do Náutico. Em 1973, o jogador foi para Recife por empréstimo.

O Timbu foi crucial para a carreira de Jorge Mendonça, afinal, serviu para aprimorar tanto a forma física quanto a posição. Passou a ter certeza de que marcar gols era o rumo.

O atacante foi goleador do time que conquistou o Campeonato Pernambucano em 1974. Foi projetado ao cenário nacional tanto pelo título quanto por marcar oito gols em uma goleada do Náutico por 8 a 0 contra o Santo Amaro (PE).

Em 1976, o Palmeiras ofereceu uma enorme quantia de dinheiro, mais Fedato, Mário e Toninho, em troca de Jorge Mendonça e Vasconcelos. Foi uma transação de peso à época.

O alviverde tentava encontrar um substituto para Leivinha, que havia fechado com o Atlético de Madri (ESP). No mesmo ano, marcou o gol que deu ao Palmeiras o Campeonato Paulista.

Foram 217 partidas disputadas, com 113 vitórias e marcando 102 gols. Jorge Mendonça conquistou o posto de ídolo palestrino, sendo sempre destaque de irreverência na imprensa.

Dois anos depois, Jorge Mendonça era convocado para a Copa do Mundo. Foi peça-chave do técnico Cláudio Coutinho, sendo substituto de Zico após a contusão do “Galinho de Quintino”.

A torcida, porém, passou a pegar no pé dele após o Mundial. A alegação era de que o atacante não estava sabendo lidar com a fama e o dinheiro, faltando disciplina e rigor nos treinos.

Ainda com a camisa canarinho, brigou com o técnico Telê Santana. No retorno ao Palmeiras, não rendeu o mesmo que antes. Deixou o clube em 1980, fechando com o Vasco da Gama.

Ficou pouco tempo em São Januário e logo acertou com o Guarani. Em Campinas, o craque voltou a brilhar. Marcou nada menos que 38 gols no Campeonato Paulista de 1981, maior marca de um artilheiro depois do “Rei” Pelé.

Marcou uma época em que o Bugre era o principal clube do interior do Brasil, sempre aprontando para cima dos grandes e brigando por títulos, principalmente estaduais.

No entanto, Jorge Mendonça tinha um adversário mais duro que apenas os zagueiros: o alcoolismo. Foi por causa dele que parou de se destacar no Brinco de Ouro da Princesa.

Perambulou ainda por Cruzeiro, Rio Branco (ES), Colorado (PR) e Paulista. Encerrou a carreira no interior paulista em 1991. O atacante faleceu no dia 17 de fevereiro de 2006.