No dia 3 de novembro de 1963, nascia no Rio de Janeiro um jogador que dedicou quase toda a carreira ao Bangu e que ficou marcado por uma falta em Zico: o zagueiro Márcio Nunes.

O atleta perdeu a mãe ainda pequeno e não pode contar com a presença constante do pai, que viajava muito por ser da Marinha Mercante. Foi criado e amparado, então, pelas irmãs.

Contrariando as expectativas de familiares, amigos e vizinhos, conseguiu se safar da vida da criminalidade e usou o esporte como forma de construir uma carreira profissional.

Entrou para as categorias de base do Bangu aos 14 anos, quando trabalhava em uma estamparia e aproveitava o tempo livre para jogar bola. As primeiras aparições entre os titulares foram em 1982.

Ainda uma promessa, chegou a ser emprestado ao Bonsucesso. Retornou em 1984 para nunca mais sair. Márcio fez parte da equipe histórica que conquistou a Taça Rio de 1987.

E ainda foi um dos principais nomes do time que chegou à final do Campeonato Brasileiro de 1985, sendo vice ao perder para o Coritiba. A fama nacional, porém, viria meses depois.

No dia 29 de agosto de 1985, o Bangu enfrentaria o Flamengo. As provocações entre os jogadores, como eram costume na época, foram enormes na semana que antecedeu o jogo.

Os atletas entraram em campo pilhados, com os nervos à flor da pele. Foi quando o zagueiro cometeu uma falta despropositada e desleal em Zico. Uma falta que rendeu caro ao “Galinho”.

Márcio teve a foto estampada nas capas dos jornais e se tornou um algoz do futebol brasileiro. Zico, por sua vez, passaria o resto da carreira enfrentando contusões em decorrência da falta.

Ele sofreu torção nos dois joelhos, no perônio esquerdo e nos dois tornozelos. O zagueiro não fazia ideia, mas acabaria sentindo as mesmas dores anos depois, tendo de abandonar os gramados.

Em 1988, ele foi alvo de uma entrada forte do zagueiro Fernando, do Vasco da Gama, e também enfrentou problemas de contusão. Sem apoio, encerrou a carreira com apenas 25 anos.