No dia 16 de maio de 1925, nascia no Rio de Janeiro o principal jogador da história do Botafogo e, segundo a Fifa, o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos: Nilton Santos.
Os primeiros toques na bola foram dados nas peladas de rua da Ilha do Governador, lugar em que cresceu e passou a nutrir o sonho de ser jogador de futebol até a adolescência.
Mesmo contra a vontade da família, fez testes em diversos clubes, mas se destacou jogando no time das Forças Armadas. A partir de lá chegou ao Botafogo, onde fez teste e passou.
Nilton Santos jogava pela esquerda e muitas vezes como atacante, mas coube ao técnico Zezé Moreira coloca-lo na lateral-esquerda porque o considerava também um bom defensor.
Naquela época, o lateral-esquerdo tinha como função marcar. E foi ele quem começou a mudar a posição no futebol brasileiro, revolucionando a tática e avançando no apoio aos atacantes.
Em 1948, titular da equipe alvinegra, sagrou-se campeão carioca contra o Vasco da Gama que tinha o então “Expresso da Vitória” e era base da seleção brasileira que seria campeã sul-americana.
Para aquele Campeonato Sul-Americano, aliás, Nilton Santos foi convocado, mas ficou no banco de reservas. Em 1950, na Copa do Mundo no Brasil, também não teve muita chance.
Os técnicos implicavam com o estilo de jogo dele, mas não conseguiam deixa-lo de fora. Em 1952, foi campeão pan-americano, sendo chamado para a Copa de 1954.
Após a frustrante eliminação, voltou ao Botafogo para formar o maior esquadrão que o clube já teve ao lado de craques como Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagallo e Garrincha.
Em 1957, a equipe da estrela solitária foi campeã carioca com a maior goleada de todas as edições do campeonato em uma final: uma vitória por 6 a 2 sobre o Fluminense.
Convocado para a Copa do Mundo de 1958, marcou um golaço logo no jogo de estreia. Contrariando o técnico Vicente Feola e tabelando com Mazzola, marcou no 3 a 0 sobre a Áustria.
Aquele primeiro título mundial da seleção brasileira serviu para mostrar ao mundo uma nova forma de jogar na função de lateral-esquerdo. O estilo de Nilton repercutiu na imprensa mundial.
Retornou ao Botafogo com moral e liderou o time nas conquistas dos campeonatos cariocas de 1961 e 1962, derrotando em ambos o Flamengo por 3 a 0 na decisão final.
Aquele esquadrão alvinegro ainda faturaria duas edições do Torneio Rio-São Paulo, em 1962 e 1964, tendo Nilton Santos como um dos principais destaques e um ídolo da torcida.
O lateral-esquerdo foi titular absoluto na conquista da segunda Copa do Mundo pela seleção brasileira em 1962, encerrando uma passagem brilhante com a camisa do time canarinho.
Foram 84 jogos defendendo o Brasil. Não a toa, recebeu o apelido de “Enciclopédia do Futebol” pela excelente técnica, visão de jogo, raciocínio rápido e conhecimento tático.
O homem que “sabia tudo de bola” defendeu apenas um clube: o Botafogo. Disputou nada menos que 718 jogos, um recorde. Nilton Santos faleceu no dia 27 de novembro de 2013.
Imagens: Portal2014, Imortais do Futebol.