No dia 1º de setembro de 1910, um grupo de operários se reunia durante a noite no bairro do Bom Retiro, na região central de São Paulo, para fundar o Sport Club Corinthians Paulista.
O nome da equipe foi inspirada no Corinthian-Casuals Football Club, da Inglaterra, que fazia uma excursão pelo Brasil. O lema, desde o início, foi “um time do povo e para o povo”.
Os três primeiros anos foram marcados por partidas informais, amistosos e disputas na várzea. Em 1913, porém, o Corinthians estreou no campeonato da Liga Paulista de Futebol.
A primeira taça veio justamente no Campeonato Paulista, em 1914, quando o time alvinegro venceu todos os 10 jogos. Surgiu ali o primeiro grande ídolo e goleador: o atacante Neco.
O jogador foi o grande nome do Corinthians ao longo daquela década, que marcou o início das rivalidades com Palmeiras e Santos. Em 1926, comprou o terreno do Parque São Jorge.
Três anos depois, a equipe venceu o primeiro jogo internacional, um 3 a 1 sobre o Barracas (ARG). Foi quando a crônica esportiva manchetou “vitória com fibra de mosqueteiro”. Surgiu o mascote!
O apelido “Campeão dos Campeões”, cantado a partir de então no hino do clube, foi dado em 1930. Naquela década, foram seis títulos paulistas em 10 campeonatos disputados.
Mesmo já tendo a chamada Fazendinha, o Corinthians teria uma outra casa: o estádio municipal do Pacaembu. Coube ao clube inaugurar o campo, em 1940, batendo o Atlético-MG por 4 a 2.
Aqueles anos entraram para a memória da torcida com os inúmeros gols de Servílio. Em 1951, veio o “ataque dos 100” gols com Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário.
Em 1952, a primeira excursão ao exterior com 12 vitórias, três empates e apenas uma derrota na Suécia, Turquia, Dinamarca e Finlândia. Uma viagem coroada com a Fita Azul.
Já no ano de 1954, quando a cidade de São Paulo comemorava o IV Centenário de fundação, o Corinthians foi campeão em uma das maiores e mais inesquecíveis festas do Campeonato Paulista.
Aquela conquista seria a última antes de um jejum de 23 anos sem títulos. Um período que ficou marcado pelo peso nas costas de grandes craques, que não levantavam taças, como Rivellino.
Coube ao atacante Basílio, em 1977, marcar o gol mais marcante da história do clube na final do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta. A queda do tabu e o retorno às conquistas.
Nos anos seguintes veio a geração de Sócrates, Biro-Biro, Wladimir e Casagrande. Durante a Ditadura Militar, instituíram a chamada “Democracia Corinthiana” e revolucionaram o futebol.
Os jogadores lutavam contra a repressão e, no dia a dia, passaram a ter participação em todas as decisões técnicas do elenco. Nada era feito sem o consentimento de todos.
Um dos títulos mais cobiçados do período era o do Campeonato Brasileiro. Uma vontade que foi saciada pelo craque Neto e companhia, em 1990, vencendo o São Paulo por 1 a 0 na final.
Em 1995, veio a primeira conquista da Copa do Brasil. Em 1998 e 1999, mais dois Campeonatos Brasileiros. E, em 2000, o primeiro Mundial Interclubes, reconhecido pela FIFA.
A sequência era incrível. Em 2002, mais uma Copa do Brasil. Em 2005, sob o comando do argentino Carlito Tevez, mais um Campeonato Brasileiro. O time do povo, da massa e das taças.
Um baque, porém, logo viria. Com uma campanha muito fraca, o Timão caiu para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2007. Mas, no ano seguinte, recuperou-se e voltou à elite.
Aos poucos o Corinthians foi retomando o caminho das vitórias e, em 2011, chegou o pentacampeonato nacional. O ano de 2012, porém, seria o mais inesquecível dessa história centenária.
Com Paulinho, Danilo, Jorge Henrique, Emerson e Paolo Guerrero, a equipe de Parque São Jorge conquistou a primeira Copa Libertadores e o segundo Mundial Interclubes da FIFA.