No dia 28 de julho de 1983, o Grêmio vencia o Peñarol (URU) por 2 a 1, no Monumental Olímpico, e conquistava o primeiro título tricolor na Copa Libertadores. Na bola, na raça e no sangue.
A primeira decisão havia sido disputada no estádio Centenário, em Montevidéu. Os brasileiros abriram o placar com Tita no primeiro tempo e os uruguaios empataram com Morena no segundo.
O Grêmio deixou o país vizinho com moral. Poucos esperavam que o time fosse capaz de segurar o atual campeão do continente e do mundo, com Fernández, Olivera, Bossio, Saralegui e Morena.
No jogo de volta, foi a vez de o Imortal Tricolor lotar o Olímpico para conquistar uma vitória simples, garantindo o título. Porém, simples é a palavra que menos resume aquela decisão.
Com mais de 70 mil torcedores nas arquibancadas, a equipe comandada pelo técnico Valdir Espinosa foi a campo completa. E a batalha, desde o início, ultrapassou a briga pela bola.
O Peñarol (URU) passou a apelar para as faltas logo no início da partida. Nos primeiros minutos, Olivera deu uma cotovelada em Renato Gaúcho e as tensões foram se elevando.
No entanto, o Grêmio não se retraiu e conseguiu abrir o placar aos 10 minutos, com um belo gol de Caio. Os uruguaios começaram a sair mais para o jogo, deixando espaço para os gaúchos.
A equipe do Peñarol (URU) era extremamente habilidosa e, com toques rápidos e certeiros, passou a cavar faltas no ataque no segundo tempo. Em uma delas, Ramos cruzou e Morena, de cabeça, empatou aos 25 minutos.
Valdir Espinosa conseguiu controlar o lado emocional do Grêmio, que não se abateu e voltou a ficar a frente do placar. Aos 31 minutos, César marcou o gol redentor.
A partir de então, Hugo de León se mostrou o grande líder da zaga tricolor ao lado de Baidek. Os beques eram intransponíveis, sem dar qualquer chance de empate ao Peñarol (URU).
Desesperados enquanto viam os minutos passarem na etapa final, os uruguaios voltaram a apelar para a violência. O jogo foi parado em diversos momentos, com verdadeiras brigas generalizadas.
Com raça e muita coragem, os gremistas puderam comemorar o primeiro título da história na Copa Libertadores. Uma imagem certamente não sai da memória da torcida tricolor.
Hugo de León e Tita erguendo a taça com a cabeça sangrando. Sinais de uma final disputada tanto na bola quanto na garra. Era o impulso para a conquista do Mundial Interclubes naquele ano.
O Grêmio do técnico Valdir Espinosa foi a campo com Mazaropi, Paulo Roberto, Baidek, De Léon, Casemiro, China, Osvaldo, Tita, Renato Gaúcho, Caio e Tarciso.
Já o Peñarol (URU) do treinador Hugo Bagnullo disputou a final com Fernández, Olivera, Gutiérrez, Montelongo, Diogo, Bossio, Silva, Saralegui, Zalasar, Morena e Venâncio Ramos.
A campanha do Grêmio na Libertadores teve:
Primeira fase:
04/03 – Grêmio 1×1 Flamengo
22/03 – Blooming (BOL) 0x2 Grêmio
25/03 – Bolívar (BOL) 1×2 Grêmio
26/04 – Grêmio 2×0 Blooming (BOL)
31/05 – Grêmio 3×1 Bolívar (BOL)
05/06 – Flamengo 1×3 Grêmio
Triangular da semifinal:
21/06 – Grêmio 2×1 Estudiantes (ARG)
24/06 – América de Cali (COL) 1×0 Grêmio
06/07 – Grêmio 2×1 América de Cali (COL)
08/07 – Estudiantes (ARG) 3×3 Grêmio
Final:
22/07 – Peñarol (URU) 1×1 Grêmio
28/07 – Grêmio 2×1 Peñarol (URU)