No dia 24 de março de 1951, nascia na cidade do Rio de Janeiro um dos grandes artilheiros do futebol do Norte brasileiro e o maior ídolo da história do Remo: o atacante Alcino, o “Negão Motora”.
O jogador iniciou a carreira no Madureira-RJ, mas foi em uma aventura despretensiosa no Pará que fez sucesso. Logo que chegou ao Remo, Alcino Neves dos Santos Filho assumiu a titularidade.
Rápido, forte e brigador, ficou marcado pela garra e por ser o famoso atacante incansável. Ganhou rapidamente o carinho da torcida, afinal, era uma verdadeira máquina de fazer gols.
Vestindo a camisa do Remo, o atacante foi campeão paraense por três vezes (1973, 74 e 75). Ainda teve no currículo os títulos de campeão do Norte e do Norte-Nordeste na temporada de 1971.
Aquele, aliás, foi um ano mágico. Só não foi mais perfeito porque o Remo não conseguiu ser campeão brasileiro da segunda divisão. O clube, porém, ficou com um honroso vice-campeonato.
Alcino era um boleiro nato, daqueles que gostava de escapar dos treinos, adorava um churrasco e queria vencer a todo custo para poder curtir a festa com os amigos sem preocupação.
O atacante, claro, era a marca da irreverência. Em um clássico contra o Paysandu, por exemplo, sentou na bola pouco antes da linha do gol e ainda balançou as redes com categoria.
Apesar de ter gerado uma enorme confusão em campo e acabar expulso, esse é o lance mais lembrado pela torcida do Remo. Alcino marcou, ao todo, 158 gols defendendo o clube.
É, portanto, o segundo maior artilheiro da história do Remo. Ficou atrás apenas de Dadinho, que anotou 163 gols. Foi eleito o atacante do Século XX do futebol do estado do Pará.
Alcino foi um “cigano da bola”. Jogou, por exemplo, no Grêmio. Por lá, chegou a ser artilheiro do Campeonato Gaúcho de 1976. Passou por Portuguesa, Altético-GO, Bangu-RJ e Rio Negro-AM.
Muitos, aliás, acreditam que o apelido “Negão Motora” surgiu enquanto atuava pela equipe amazonense. Reza a lenda que, bêbado, ele roubou o ônibus que carregava o time. Durante a aventura, teria atropelado um pedestre.
No entanto, outros dizem que o apelido veio apenas do fato de Alcino ser muito rápido e dar arrancadas em frente aos zagueiros. Fato é que o apelido o perseguiu para sempre nos campos. Morreu no dia 20 de julho de 2006.