Barbosa

No dia 27 de março de 1921, nascia na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, um dos jogadores mais injustiçados da história do futebol brasileiro: o goleiro Barbosa.

Curiosamente, o atleta iniciou carreira no futebol como ponta-esquerda no extinto Comercial (SP). Tornou-se goleiro em 1942, quando passou a defender as cores do Ypiranga (SP).

Barbosa chamava a atenção pelo bom posicionamento, pelo reflexo apurado, pela segurança com que saía do gol, por nunca temer saltar aos pés dos adversários e pela elasticidade.

Não a toa recebeu o apelido de “Homem de Borracha”, estilo que compensava os apenas 1,70 m de altura. Em 1945, Barbosa foi contratado pelo Vasco da Gama para substituir Rodrigues.

O goleiro fez parte do famoso “Expresso da Vitória”, vencendo tudo que disputava. Foi campeão carioca (1945, 47, 49, 50, 52 e 58), do Rio São-Paulo (1958) e do Sul-Americano (1948).

Naquele período, Barbosa era titular incontestável da seleção brasileira. No entanto, ficou marcado por um período traumático da história do futebol nacional: a Copa do Mundo de 1950.

O goleiro foi apontado como culpado pelo segundo gol sofrido pelo Brasil na final contra o Uruguai. Aquele 2 a 1 deu ao país vizinho o título e tirou o sono de Barbosa pelo resto da vida.

A crônica esportiva e os dirigentes da época levaram décadas para reconhecer que Barbosa foi usado apenas como “bode expiatório” para aquela derrota do “Maracanazo”.

Só fez mais uma partida pela seleção brasileira após aquele gol de Alcides Ghiggia. Sofreu uma grave lesão na perna, ficou afastado dos gramados e entrou em depressão.

O apoio dos torcedores, porém, fez com que ele se recuperasse. Barbosa foi eleito o melhor goleiro da história do Vasco da Gama e ainda teve passagens por Santa Cruz e Campo Grande (RJ).

Pela equipe canarinho, o goleiro foi campeão da Copa Roca (1945), da Copa Rio Branco (1947 e 50) e da Copa América (1949). Faleceu no dia 7 de abril de 2000.