Miguel Lopes Ruiz Filho

No dia 24 de maio de 1948, nascia na cidade de São Paulo um goleiro que não sai da memória dos torcedores que viram na década de 1970 a Lusa desfilar nos gramados: Miguel.

Trabalhando em uma indústria na Zona Leste da capital, o então garoto usava o tempo livre para jogar bola em um time de várzea da Vila Prudente. E lá foi descoberto para o futebol.

Um jogador do Juventus assistiu a várias defesas de Miguel em uma partida, ficou surpreso e chamou a atenção do técnico Pinga. O goleiro logo foi chamado para um teste.

Defendendo a equipe grená, não demorou para conquistar a titularidade e passar a se destacar justamente nos jogos contra os clubes considerados grandes, fazendo milagres.

Miguel despertou a atenção dos dirigentes da Portuguesa, que levaram o goleiro para o Canindé em 1972. Chegou para ser reserva de Zecão, que já era um ídolo da torcida.

Sempre dedicado nos treinos, foi ganhando espaço naquele elenco que conquistou o título do Campeonato Paulista de 1973 – em um um erro de contagem do árbitro Armando Marques.

Com a saída de Zecão, o promissor Miguel assumiu a titularidade e caiu nas graças da torcida. Foi vice-campeão paulista em 1975 e era um dos pilares de segurança do time.

Miguel era um goleiro calmo e marrento, sabia exatamente o momento de sair jogando rápido ou segurar a bola para esfriar a partida. Era um terror para times que corriam contra o tempo.

O goleiro ficou na Lusa até 1976 e ganhou o apelido de “Miguel Cabeleira”. Isso porque ele sofreu de calvície muito cedo, mas fez um implante à época inovador com uma empresa alemã.

Da noite para o dia, o goleiro apareceu cabeludo e com barba. O craque encerrou a carreira no início dos anos 1980. Miguel faleceu de infarto ainda novo, no dia 28 de maio de 2002.

Imagens: Tardes de Pacaembu