Anderson Luís de Souza – Deco

No dia 27 de agosto de 1977, nascia em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, um craque brasileiro que fez história vestindo a camisa da seleção portuguesa: o meia-armador Deco.

Os apelidos “Mágico” e “Malabarista” falam por si. Jogador técnico, de passes precisos e exímio na distribuição de jogadas, tirava os marcadores do lance com fintas simples e desconcertantes.

Anderson Luís de Souza começou a jogar bola no interior paulista, para onde se mudou com a família ainda muito pequeno. Entrou para as categorias de base do Guarani e foi crescendo.

Ainda nas divisões amadoras, atuou no Juventus e no Nacional, chegando finalmente ao Corinthians. Foi no Parque São Jorge que o meia deu os primeiros toques na bola entre os profissionais.

Deco vestiu a camisa alvinegra entre 1996 e 1997, quando foi emprestado ao CSA. Em Alagoas, com apenas 20 anos, foi descoberto por olheiros e levado para o futebol português.

O clube a abrir as portas na Europa foi o Benfica. No entanto, o armador não foi muito aproveitado no estádio da Luz. Acabou emprestado a clubes menores como Alverca e Salgueiros.

Em 1999, surgiu a oportunidade de jogar no rival Porto. E foi ali, no estádio do Dragão, que chegou ao estrelato. Deco caiu nas graças dos portugueses pela habilidade, pela rapidez e pelos dribles.

Já com o apelido de “Mago”, ajudou os Dragões a conquistarem o Campeonato Português (1998-99, 2002-03 e 2003-04), a Taça de Portugal (1999-00, 2000-01 e 2002-03) e a Supertaça (2001-02 e 2003-04).

O auge, porém, seria o título da Liga dos Campeões (2003-04). Sob o comando do técnico José Mourinho, o craque ainda chegou a levantar a taça da Copa da UEFA (2002-03).

Em 2002, após seis anos de atuação no país, conseguiu a dupla cidadania e foi convocado para a seleção portuguesa. Começava ali uma participação histórica de Deco na Equipa das Quinas.

O craque foi um dos nomes de confiança do técnico Luis Felipe Scolari para a Eurocopa de 2004, disputada em Portugal. Deco fez parte do time que ficou com o vice ao perder para a Grécia na final.

Naquele ano, uma negociação milionária levou o meia ao Barcelona (ESP). Não demorou para que o craque começasse a chamar atenção e fazer sucesso com Ronaldinho Gaúcho e Eto’o.

No Camp Nou, conquistou os títulos do Campeonato Espanhol (2004-05 e 2005-06) e da Supercopa da Espanha (2005 e 2006). O armador ainda voltaria a ter a Europa a seus pés.

Deco levantou a taça da Liga dos Campeões (2005-06) pela segunda vez, sendo considerado o melhor jogador de todo o campeonato e recebendo como prêmio a Bola de Ouro.

O excelente desempenho fez com que ele fosse um dos principais nomes de Portugal na Copa do Mundo de 2006, integrando aquele time que chegou à semifinal contra a França.

Em 2008, o jogador se transferiu para o Chelsea (ING). Conseguiu rechear ainda mais o currículo com o Campeonato Inglês (2009-10), a Copa da Inglaterra (2008-09 e 2009-10) e a Supercopa (2009).

Depois de atingir o ápice com a camisa de Portugal, passou a aparecer no banco de reservas. Foi assim que disputou mais uma Eurocopa, a de 2008, desta vez na Áustria e na Suíça.

Deco retornou ao futebol brasileiro, já experiente, para defender o Fluminense em 2010. O craque, no entanto, enfrentou uma série de lesões e dificuldade para se firmar entre os titulares.

Mesmo assim, o meia-armador ainda conseguiu se destacar em diversos momentos e brilhar em conquistas importantes do Tricolor. Tornou-se campeão carioca (2012) e brasileiro (2010 e 2012).

Ainda conseguiu superar os problemas físicos para se despedir da seleção portuguesa na Copa do Mundo de 2010, quando Portugal foi eliminado para a Espanha nas oitavas de final.

O atleta encerrou a carreira em 2014 em razão das contusões. Despediu-se em um combinado do Porto de 2004 e do Barcelona de 2006, jogando um tempo e marcando um gol por cada (4×4).