Portuguesa conquista a Fita Azul (1951)

No dia 31 de maio de 1951, a Portuguesa conquistava a primeira Fita Azul ao encerrar de forma invicta uma excursão à Turquia, à Espanha e à Suécia. Foram 12 partidas sem qualquer derrota.

A Fita Azul era um prêmio dado pelo jornal “A Gazeta Esportiva” aos clubes brasileiros que viajavam para outros países e retornavam com uma sequência expressiva de vitórias.

Naqueles tempos, a Lusa teve o maior esquadrão da história do clube com Muca, Nena, Noronha, Djalma Santos, Brandãozinho, Ceci, Julinho Botelho, Renato, Nininho, Pinga e Simão.

Tanto a imprensa nacional quanto a estrangeira destacaram a passagem rubro-verde pela Europa como um orgulho do futebol brasileiro, em depressão após a Copa do Mundo de 1950.

A primeira parada foi a Turquia. Poucos clubes de fora já tinham visitado o país. Após estrear com vitória sobre o Fenerbahçe por 3 a 1, a Portuguesa passou a atrair um bom público.

Com estádios lotados para ver a “Desportos” – como era chamada pela crônica turca – a Lusa ainda superou os tradicionais Galatassaray, por 4 a 2, e Besiktas, por 4 a 1.

O sucesso foi tão grande que a Rubro-Verde chegou a ser desafiada por uma seleção com os melhores jogadores de Ancara, capital da Turquia. Resultado? Vitória lusa por 4 a 1.

Pouco antes de partir para a Espanha, a Portuguesa ainda foi convocada para uma revanche contra o Galatassaray. Não deixou barato. Os lusos venceram por tranquilos 3 a 1.

A equipe comandada pelo técnico Osvaldo Brandão desembarcou na capital espanhola com fama e moral. Tanto que foi convidada a enfrentar o Atlético de Madri na festa do padroeiro da cidade.

Os eventos param a capital no dia 15 de maio e, tradicionalmente, são marcados por uma partida especial. Em disputa, claro, está sempre o já consagrado Troféu San Isidro.

Na época, ainda sem o Vicente Calderón, o Atlético de Madri mandava as partidas no extinto estádio Metropolitano. O jogo teve arquibancadas lotadas e uma arbitragem implacável.

Mesmo contra o juiz – que levou a partida a mais de 50 minutos – e a festa preparada pelos colchoneros, a Portuguesa venceu por 4 a 3 e trouxe uma das mais importantes taças da história.

Ainda na Espanha, a Lusa empatou com o Valência por 1 a 1 antes de viajar para a Suécia. E por lá foram só vitórias contra Helsinborg, Sondra, IFK Kamraterna, Göteborg e IFK Norrkoping.

A relação completa teve:

28/04 – Fenerbahçe 1 x 3 Portuguesa

29/04 – Galatasaray 2 x 4 Portuguesa

04/05 – Besiktas 1 x 4 Portuguesa

06/05 – Seleção de Ancara 1 x 4 Portuguesa

08/05 – Galatasaray 1 x 3 Portuguesa

15/05 – Atlético de Madrid 3 x 4 Portuguesa

17/05 – Valencia 1 x 1 Portuguesa

20/05 – Helsinborg 3 x 5 Portuguesa

26/05 – Sondra 0 x 1 Portuguesa

28/05 – IFK Kamraterna 2 x 4 Portuguesa

29/05 – Göteborg 1 x 2 Portuguesa

31/05 – IFK Norrkoping 2×3 Portuguesa

A Rubro-Verde foi recebida com festa na chegada ao Brasil, mal sabendo que ainda conquistaria a segunda Fita Azul em 1953 e a terceira em 1954, com outras excursões de sucesso.

Aquele time que encantou a Europa em 1951 foi base da seleção paulista e brasileira, sagrando-se também bicampeão do Torneio Rio-São Paulo nos anos de 1952 e 1955.