No dia 17 de maio de 1945, nascia na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, aquele típico centroavante brigador, polêmico e que era um xodó da torcida: o craque César Maluco.
O apelido? Veio após algumas loucuras como carregar a bola para os vestiários após uma substituição, perseguir um bandeira em uma final e sempre provocar os rivais em clássicos.
O jogador vinha de uma família de goleadores, sendo irmão dos também ídolos Caio Cambalhota e Luisinho Lemos. E o futebol, claro, vinha não só de casa, mas também de sangue.
César deu os primeiros passos no futebol no Canto do Rio, time da cidade natal, onde se destacou entre os juvenis. Foi levado ao Flamengo por um amigo, fez teste e foi aprovado.
Fez algumas partidas na equipe juvenil, mas logo passou a ser aproveitado entre os profissionais. Em 1965, ainda como meia armador, fez parte do elenco campeão carioca.
Em 1967, o então técnico do Palmeiras, Aymoré Moreira, pediu a contratação de César. O Flamengo, porém, não queria abrir mão e aceitou apenas ceder o jogador por empréstimo.
Logo chamou atenção da torcida e da imprensa paulista pelo estilo irreverente. Cabeludo e com estilo hippie, comemorava os gols de braços abertos e sempre subindo no alambrado.
Naquele mesmo ano, vestiu a camisa palestrina como atacante e foi destaque na conquista do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, que anos depois foi considerado Campeonato Brasileiro.
César foi artilheiro da competição com 15 gols e o Flamengo aumentou o preço do atleta. Ele retornou à Gávea, onde ficou por mais sete meses, e enfim foi comprado pelo Palmeiras.
O centroavante enfrentou algumas dificuldades de adaptação e entrosamento, mas voltou a dar certo nas mãos do técnico argentino Filpo Núñez tornando-se artilheiro.
Sempre bem posicionado, raramente perdia chances de gol e era um terror para os adversários quando subia de cabeça. Cada cruzamento do Palmeiras era considerado meio gol.
No Parque Antarctica, foi campeão paulista (1972 e 74), brasileiro (1967, 69, 72 e 73), do Troféu Ramón de Carranza (1969 e 74) e foi vice-campeão da Copa Libertadores (1968).
Vestiu a camisa palmeirense em 324 partidas, conquistando nada menos do que 170 vitórias, 91 empates e somando 63 derrotas. Foi convocado para a seleção brasileira e disputou a Copa do Mundo de 1974.
César Maluco ainda defendeu o Corinthians, o Santos, o Fluminense e o Botafogo (SP). Porém, nunca conseguiu os resultados e a identificação que tinha com o Palmeiras.
Imagens: Sangue Alviverde, Tardes de Pacaembu, Scratch Corinthiano, No Gramado.