Rivalidade, polêmica e confusão sempre foram ingredientes certos nos clássicos entre as seleções de Brasil e Uruguai. Um dos mais marcantes, sem dúvida, ocorreu em 1976.
Na época, a seleção brasileira disputava três competições tradicionais: a Copa Rio Branco (contra o Uruguai), a Copa Roca (contra a Argentina) e a Taça Oswaldo Cruz (contra o Paraguai).
Naquele ano, porém, os torneios foram decididos em um só, que incluía todas as seleções: a Taça do Atlântico. Brasil e Uruguai chegaram à final, que seria disputada no Maracanã.
No dia 28 de abril, as seleções canarinho e celeste subiam ao gramado para mais uma partida tensa. O primeiro jogo, realizado três dias antes, terminou com um 2 a 1 para o Brasil.
A confusão começou a se formar ainda no primeiro tempo, quando o brasileiro Marco Antônio sofreu uma falta violenta dos uruguaios Darío Pereyra e Rodriguez. Rivellino, inconformado com o lance, puxou o cabelo de Darío.
Minutos depois, o uruguaio Keosseian deu uma entrada forte em Rivellino e foi expulso. E, lances depois, Zico ainda levou um chute enquanto estava caído no gramado após uma falta.
Rivellino, possesso com a violência dos adversários, partiu para cima do agressor, provocou uma confusão generalizada em campo e, no meio da briga, deu uma cotovelada em Ramirez.
A partir de então, Rivellino e Ramirez passaram a se perseguir no gramado, trocando insultos e disputando qualquer dividida com muita violência. O jogo, contudo, tinha um dono.
A seleção brasileira venceu novamente por 2 a 1, desta vez com gols de Rivellino e Zico. Já os uruguaios marcaram o gol de honra com Daniel Torres, mas não foi suficiente.
Quem pensava que o apito final do árbitro colocaria fim à confusão estava muito enganado. Assim que o juiz terminou a partida, Ramirez deu um pinote em direção a Rivellino.
O brasileiro foi esperto, saiu correndo, driblou quem viu pela frente e foi em direção aos vestiários. Riva, porém, escorregou e desceu a escadaria do Maracanã de bunda.
Uma das cenas mais clássicas da história do estádio e do confronto entre Brasil e Uruguai. E, depois dela, houve ainda mais pancadaria dentro de campo, interrompida pela polícia.
Naquele clássico, a seleção brasileira do técnico Osvaldo Brandão teve Jairo, Toninho, Miguel, Amaral, Marco Antônio, Chicão, Rivelino, Gil, Zico, Enéas e Lula.
Os uruguaios foram para a final escalados com Corbo, Chagas, Gonzalez, De Los Santos, Ramirez, Acosta, Gimenez, Dario Pereyra, Julio Rodriguez, Daniel Torres e Morena.
Imagem: Jogos das Copas e Imagens