Toninho Guerreiro

No dia 10 de agosto de 1942, nascia na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, um dos grandes artilheiros do Santos e do São Paulo: o atacante Toninho Guerreiro.

Um centroavante oportunista, bem posicionado, que sabia confundir os zagueiros. Ficou marcado como um jogador discreto que, de repente, fazia uma jogada genial e um golaço.

Antônio Ferreira começou a jogar bola nos campos de várzea ao lado do pai. Aos 15 anos, entrou para as categorias de base do Noroeste, tradicional equipe da cidade natal.

Reprovado em testes no Santos quando jovem, conseguiu chamar a atenção dos cartolas santistas anos depois, em 1962, quando brilhava pelo Norusca. Foi, então, contratado pelo alvinegro.

Toninho Guerreiro demorou um pouco para emplacar entre os titulares, já que Coutinho era nome certo na posição ao lado de Pelé. A partir de 1964, porém, foi conquistando espaço.

O atacante se tornou o segundo maior parceiro de Pelé depois de Coutinho. Foi campeão paulista cinco vezes (1964, 65, 67, 68 e 69), sendo artilheiro em 1966 com nada menos que 24 gols.

Participou ainda das conquistas da Taça Brasil (1963, 64 e 65) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1968), que depois seriam considerados edições do Campeonato Brasileiro.

Em 1963, mesmo que sem ser titular absoluto, integrou o histórico elenco santista que se sagrou campeão da Copa Libertadores e do Mundial Interclubes. Um feito e tanto para a carreira.

Vestindo a camisa alvinegra, marcou 283 gols em 373 jogos. Em 1969, após uma grande disputa entre Corinthians e São Paulo, foi contratado pelo Tricolor e chegou como estrela no Morumbi.

Enquanto o Santos sofria para encontrar um novo companheiro para Pelé, Toninho Guerreiro formava uma dupla formidável ao lado de Gérson. Provou que, sem o “Rei”, também brilhava.

Foi bicampeão paulista (1970 e 71), sendo artilheiro em 1970 com 13 gols e em 1972 com 17 gols. Tornou-se o único pentacampeão consecutivo do Campeonato Paulista, com Santos e São Paulo.

Toninho Guerreiro foi uma das tantas vítimas dos jogos políticos dos cartolas e não teve tantas participações quanto deveria na seleção brasileira. A mais polêmica delas aconteceu em 1970.

Nunca houve uma explicação plausível para o corte dele da delegação que viajou ao México para se tornar campeã da Copa do Mundo. A frágil explicação era de uma sinusite.

No entanto, na época, falou-se muito de uma possível intervenção da ditadura militar para que ele desse lugar a outros atletas. O atacante ficou no São Paulo até 1973, com 85 gols em 170 jogos.

Naquele ano, foi emprestado ao Flamengo e, na temporada seguinte, para o Operário-MS. Em 1975, encerrou a carreira no Noroeste. Faleceu no dia 26 de janeiro de 1990.