Henrique Frade

No dia 3 de agosto de 1934, nascia na cidade de Formiga, no interior de Minas Gerais, aquele que é o terceiro maior artilheiro em toda a história do Flamengo: o atacante Henrique Frade.

O jogador chegou à Gávea no início dos anos 1950 e passou a ganhar as primeiras oportunidades no time profissional em 1954. Despontou em uma era de grandes conquistas do clube.

Com os goleadores Índio e Evaristo de Macedo, o Flamengo havia conquistado o famoso tricampeonato carioca (1953, 54 e 55). Henrique participou dos dois últimos, mas não como titular.

Com a saída dos dois principais craques do time, o atacante passou a ser escalado como titular absoluto. Foi quando formou uma linha imbatível com Dida, Joel, Moacir e Babá.

Os gols foram surgindo e, com eles, a idolatria da torcida. A crônica esportiva chegou a pedir a convocação de Henrique para a seleção brasileira que disputaria a Copa do Mundo de 1958.

No entanto, ele só foi chamado para representar a canarinho no ano seguinte, quando o Brasil ficou com o vice no Campeonato Sul-Americano, transformado anos depois na Copa América.

O principal título conquistado por Henrique Frade no Flamengo foi o Torneio Rio-São Paulo de 1961. Os torcedores da época também não esquecem o Campeonato Carioca de 1963.

Henrique disputou 402 jogos, conquistando 240 vitórias e marcando nada menos que 214 gols. Fica atrás em gols apenas do companheiro de time, Dida, e de Zico, o “Galinho de Quintino”.

Em 1963, após uma excursão pelo Uruguai, o atacante foi emprestado ao Nacional de Montevidéu. O sucesso permaneceu com o título do campeonato nacional daquele ano.

Retornou ao Brasil em 1964 para, ao lado do amigo Dida, ser emprestado à Portuguesa. Comandados pelo técnico Aymoré Moreira, jogaram ao lado de craques como Ivair e Felix.

Na época, a transação foi considerada milionária. O time paulista desembolsou cerca de 30 milhões de cruzeiros pela dupla, que ainda recebeu uma boa fatia em premiação do Flamengo.

A equipe era experiente e ainda contava com jogadores famosos como Pampolini, Vilela, Ditão e Nair. Aquele esquadrão da Lusa chegou a disputar o título do Campeonato Paulista daquele ano.

Na última rodada, contra o Santos na Vila Belmiro, a Portuguesa foi prejudicada pelo árbitro Armando Marques e viu a taça escapar pelos dedos. Foi a primeira polêmica do juiz envolvendo os clubes.

Henrique logo fez sucesso no futebol paulista e, claro, caiu nas graças do torcedor lusitano. Em 1965, ele passou rapidamente pelo Atlético-MG, mas no ano seguinte já retornou à Lusa.

O atacante ainda teve uma breve atuação pelo Formiga, time da cidade natal, mas encerrou a carreira em 1967. Ainda trabalhou em categorias de base. Henrique faleceu no dia 15 de maio de 2004.