Portuguesa campeã do Rio-São Paulo (1952)

Todos os olhares estavam voltados para a Portuguesa no Torneio Rio-São Paulo de 1952. Afinal, o clube era base das seleções paulista e brasileira com um elenco recheado de craques.

A Lusa havia acabado de conquistar a primeira Fita Azul após encantar a Europa em uma excursão em 1951. O prêmio foi concedido pelo jornal “A Gazeta Esportiva” após 12 jogos sem perder.

Aquele foi, para muitos, o melhor time que a Portuguesa já teve. Um esquadrão de Muca, Nena, Noronha, Djalma Santos, Ceci, Brandãozinho, Julinho, Renato, Nininho, Pinga e Simão.

O time do técnico Jim Lopes estreou com derrota, mas depois passou a se destacar no torneio, que foi precursor daquele que anos depois se tornou o Campeonato Brasileiro.

A campanha até a final foi a seguinte:

Torneio Rio-São Paulo (1952)

03/02 – Portuguesa 2×4 Fluminense

10/02 – Portuguesa 3×2 Palmeiras

16/02 – Portuguesa 0x1 Flamengo

05/03 – Portuguesa 5×1 Santos

09/03 – Portuguesa 3×2 Corinthians

15/03 – Portuguesa 5×1 Bangu

19/03 – Portuguesa 2×3 São Paulo

22/03 – Portuguesa 2×1 Botafogo

29/03 – Portuguesa 1×1 Vasco da Gama

Com o empate na última rodada, Portuguesa e Vasco da Gama decidiriam o título em duas partidas. A primeira delas, em São Paulo, foi disputada no dia 15 de junho no estádio do Pacaembu.

A Lusa foi avassaladora e, sem dar grandes chances, venceu por 4 a 2. Os gols da Rubro-Verde foram marcados por Pinga, Julinho Botelho e Nininho, esse último indo às redes duas vezes.

O time de Jim Lopes, então, ia ao Rio de Janeiro precisando de um empate ou podendo até mesmo perder por um resultado mínimo. A grande decisão seria no estádio do Maracanã.

No dia 19 de junho, Lusa e Vasco entravam em campo para um dos jogos mais tensos entre as duas equipes. A rivalidade entre São Paulo e Rio de Janeiro era muito intensa na época.

O time cruzmaltino tinha craques como Bellini, Eli, Danilo, Friaça, Ademir de Menezes, Maneca e Ipojucan, que anos depois brilharia e se tornaria ídolo com a camisa da Portuguesa.

O jogo começou eletrizante, com Ademir abrindo o placar aos 5 minutos do primeiro tempo. A Lusa, porém, logo tratou de reagir e virou com dois gols de Pinga, aos 9 e aos 15 minutos.

Na segunda etapa, Maneca empatou, mas o Vasco da Gama ainda precisava de muito para reverter o placar. Foi quanto os cruzmaltinos começaram a se enervar dentro de campo.

Friaça perdeu a paciência com a manha da Lusa para deixar o tempo passar, fez uma jogada ríspida e deu início a uma confusão. O gramado se tornou um terreno de guerra.

A briga foi tão generalizada que até dirigentes dos clubes se envolveram. O massagista Mário Américo, do Vasco, chegou a dar um soco no presidente da Portuguesa, Mário Augusto Isaías.

O árbitro inglês Sidney Jones expulsou Friaça e decidiu terminar a partida antes do tempo, já que não conseguia controlar os atletas. A Portuguesa, então, foi decretada campeã do Rio-São Paulo.